Desde que foi criada em 2007, a Frente Parlamentar que busca harmonizar surfistas e pescadores do litoral gaúcho vem realizando uma série de ações, visando interromper a triste e numerosa contabilidade de surfistas mortos em redes de pesca.
Depois de diversos encontros e debates nos principais órgãos governamentais, da elaboração de uma campanha de conscientização e da definição de que áreas com menos de 3Km de extensão são inseguras para o surf, a comissão resolveu ir a campo e visitar as prefeituras do litoral.Engajados na conciliação entre municípios, surfistas e pescadores, o deputado Sandro Boka, o presidente da Federação Gaúcha de Surf (FGS), Orlando Carvalho, e o diretor da FGS, Virgílio Matos, iniciaram uma série de visitas aos prefeitos do litoral. Na pauta de trabalho, a tentativa de aumentar as áreas em cada município, adequando ao limite mínimo estabelecido pelo Centro de Estudos Costeiros da UFRGS (3Km), propondo assim, uma demarcação segura para os surfistas e uma sinalização adequada às características do nosso litoral.Até agora, a comissão visitou as prefeituras de Capão da Canoa, Arroio do Sal, Cidreira e Imbé. A idéia é completar em breve o primeiro ciclo de visitas aos municípios do litoral norte.“ Em todas as prefeituras fomos muito bem recebidos. Ficou claro que todos os prefeitos querem resolver o problema e estão interessados em fazer uma demarcação com o padrão de segurança que nós estabelecemos. Já os pecadores estão apreensivos com uma possível diminuição de suas áreas, mas querem se adequar", pontuou o Presidente da FGS Orlando Carvalho, que acredita na força da campanha de conscientização para sensibilizar os prefeitos. "Me parece que a questão da campanha de conscientização mexe com as prefeituras. Todos os prefeitos querem embarcar juntos nesta campanha e divulgar que os seus municípios tem áreas seguras para o esporte e lazer", concluiu Orlando.
Em alguns municípios, surgiram boas propostas por parte de pescadores e prefeitos. A prefeitura de Capão da Canoa lançou a idéia de padronizar a sinalização de beira de praia com totens de concreto, coloridos de acordo com a respectiva área, e com altura superior a 4 metros.Já em Cidreira, o presidente da Associação dos Pescadores trouxe a idéia de sinalizar as poitas (artefato que sustenta a rede dentro do mar) com um tipo de bóia, proporcionando também a sinalização de alerta no mar.Para o diretor da FGS, Virgílio Matos, que há anos encabeça a luta pelo fim das mortes de surfistas em redes de pesca, a evolução dos trabalhos está diretamente associada a união entre as associações locais de surfistas e as entidades que fazem parte da Frente Parlamentar.“É essencial a participação de todos os envolvidos nessa causa, assim como a permanente continuidade dos trabalhos. Primeiro da nossa parte, nessa continuidade, e segundo, na cobrança de soluções por parte das associações e dos surfistas", declarou Virgílio.Além das visitas aos prefeitos do litoral, a Frente Parlamentar Surf Seguro deve se reunir com o ministério público nos próximos dias, a fim de solicitar um promotor para dar continuidade ao trabalho, dentro do órgão estadual.
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